sábado, 14 de fevereiro de 2009

Objeto de fascínio

O frescor úmido e gélido tocava todos os pontos do corpo de Isabela, deixando-a com uma temperatura agradável. Embalado em seus braços um menino acanhado, adormecido e com rosto angelical. O corpo abrasado da criança a mantinha aquecida e confortável, tornando possível ignorar as cobertas. Enquanto assimilava toda a face, acariciando-a gentilmente ela inalava o perfume doce do cabelo infantil e ambas as contrações torácicas sincronizaram-se, como uma dança envolvida com o cântico das suaves respirações. Enquanto admirava o belo indivíduo protegido por seu corpo, imaginava seus sonhos. O sorriso presente no jovem rosto demonstrava deleite e prazer, gostaria de poder adentrar a mente e sonhar simultaneamente. Além do quarto branco e aconchegante a rua estava escura, as lâmpadas que deviam clareá-la estavam queimadas, o medo começou a consumi-la. O que faria se alguém viesse machucar o delicado embrulho que segurava? Deitou-o na cama e fechou as cortinas, dessa forma ao menos o sentimento de incapacidade seria afastado. A criança permanecia dormindo adoravelmente, mas ao sentir o toque ameno dos lábios de sua guardiã abriu seus olhos. E que belos olhos, de um tom castanho alaranjado, como as folhas do outono, em conjunto a intensa luminosidade do sol de verão, capazes de encantar qualquer um. Gentilmente questionou Isabela sobre vosso problema; “Nada meu amor. Volte a dormir.”

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