segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pirambúzios

Motor silenciado. Biquine. Cabelos presos. Óculos escuros.

Ao descer para a praia a brisa do mar enche meus pulmões e o sol reflete em meus óculos. Enquanto a maré mantém seu vai-e-vem as crianças divertem-se ao meu redor; umas caçam peixes, outras jogam bola e algumas ousadas nadam até os barcos. Um castelo é destruído e inicia-se o caos. Um cachorro solto. Mães preocupadas pegam os filhos nos braços e correm para suas casas. Os medrosos entram no mar, com a ilusão de que lá estarão fora de perigo, haha. Ele vem em minha direção com o rabo abanando e lambe minha mão, seus olhos me pedem um agrado e afago-lhe a cabeça. Prossigo com o animal acompanhando-me.


Na pedra grande quatro pessoas sorridentes tiram fotos e por trás, no mar, uma lancha puxa um menino no wakeboard, que inveja, nunca pratiquei. (O cachorro persegue um gato e me deixa). E nas bandeirinhas algumas senhoras refrescam-se e se vê uma bóia solitária.

Paralelamente ao mar há uma festa, nas casas do Ministro e de Boré. A alegria das pessoas me atrai. Já no gramado deparo-me com Milson Dantas cantando uma de suas canções, típico. Os vizinhos reúnem-se para a bebedeira. Os melhores whiskys e vinhos para os velhos; vodka e cerveja para os jovens; receitas de Dona Martha para todos. As horas passam, mais carros e quadricículos chegam, a maré enche. Um vizinho incomodado invade a casa e desliga o som. Vaias. As embreagadas descem até o chão chamando-o para participar. Polícia. Processo. Vitória. A festa continua.

Durante o pôr-do-sol duas morenas gritam da pedra grande. Moréias. O Capiongo chega com o arpão. Acerta, mas perde o animal. A direita os Negrinhos carregam suas pranchas, vão surfar na praia vizinha (apesar da escassez de ondas). Voltam quando escurece.

A noite, na praia, os lagosteiros pescam o tira-gosto do dia seguinte, e salsichas são assadas em uma fogueira. Os inconseqüentes roubam os carros dos pais e fazem barulho por horas. E na rua o som é alto. As empregadas bebem (cervejas roubadas de Foguinho) dançando na casa de Chico e as crianças brincam de esconde-esconde na casa de Silvana, enquanto altas quantias são apostadas na casa do jogo. Silêncio. Hora de dormir.

Às 5 horas da manhã os não-tão-velhos-assim trocam idéias, e os dispostos correm para manter a forma. Pouco depois começam os preparativos da lancha. Todos viram marujos. Todos vão aos parrachos (vulgo Piscinão de Ramos da “elite” – ao menos tem lagosta fresca). De lá vejo pessoas arrastando sacos pretos do projeto Praias Belas, Praias Limpas – idealizado e concretizado pela Super, Poderosa e Bambambam, Anninha. Ao fim do dia quilos de lixo são recolhidos da beira-mar e o parracho é cada vez mais danificado. Tomo banho. Ligo o carro. Entro no trânsito (culpa do cajueiro). Vou embora.

Até logo, Pirambúzios.

1 comentaram:

Unknown disse...

brincou com um cachorro ???

aiai...o verão!