quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estereótipo

"Existem aqueles que são, aqueles que pensam que são e aqueles que querem ser, mas nunca serão".
Jota Oliveira, colunista social.

Faz-me rir, Oliveira.

Uma coisa é certa, existem várias sociedades na sociedade. Devemos aceitá-las e podemos criticá-las, podemos não ter/não querer afinidade com elas, mas não devemos humilhá-la, nem nos sentir superiores a qualquer outra, pois todos são iguais, apesar de diferentes. Acho muito engraçado, esses estereótipos sociais que são criados por ai. O citado por Oliveira consiste basicamente na “Alta Sociedade Potiguar”, vulgo, moradores do Plano Palumbo* (meu avô é o único homem que sabe onde ele foi enterrado, me pergunta: e daí? Te respondo: boa pergunta, mas as socialites que morram de inveja).

Honestamente, não estou com saco para escrever bonito, ou pesquisar qualquer coisa, só que me chamaram de patricinha e estou com tédio, então: o que é uma patricinha? Meu caro Kursch responde:
[22:40:36] roupas de marca
[22:40:38] sempre perfumada
[22:40:41] sempre arrumada
[22:40:57] conhece marcas de bolsas
[22:41:07] fala de sair, beber
[22:41:19] faz um curso elitista
[22:41:22] tem dinheiro
[22:41:23] etc.

Pergunto: andar bonita e cheirosa, ter algum conhecimento fútil, nascer em condições razoavelmente boas, e fazer um curso qualquer, dizem quem você é?
Não creio. Teve o tempo que me chamavam de nerd, por que jogava Ragnarok e gosto de anime, vez por outra ainda jogo alguma coisa online e vejo anime, mas não me chamam mais de nerd, e aí? Simples, mudei o estilo.
OBS: Dentre as “patricinhas” sou a nerd e dentre os “nerds/alternativos” sou a patricinha.

Além dos gostos os estereótipos são feitos a partir das roupas as quais as pessoas vestem. Se você olhar alguém com um vestido de paetê rosa no meio de um grupo vestindo preto/listras, tênis adidas ou all star e franja colorida (ou não) achará estranho, provavelmente vai perguntar: “O que aquela patricinha faz em meio aos emos?” Te respondo quase com certeza: vive a vida dela, sem se preocupar com estereótipos e faz muito bem.

Existem muitas tribos urbanas por ai, de acordo com a Wikipédia: As
tribos urbanas ou metropolitanas são constituídas de microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.
É ótimo ter um grupo de amigos com as mesmas afinidades, mas por isso deve-se estereotipar e descriminar outros grupos por serem diferentes de você? Fanatismo e racismo me enojam. Acho que o início de tudo veio da inveja, as pessoas queriam ser diferentes começaram a por títulos nos invejados para facilitar o falatório, e por aí continuou e se deturpou virando preconceito. O nível subiu tanto que alguns grupos chegam ao ponto de matar pessoas diferentes (caso dos Skinheads), é um absurdo!

O mais hilário é que muitas pessoas mudam de sociedade ao longo do tempo, é normal, você cresce e muda (nem sempre, mas tudo bem), então por que criar intrigas com os outros por serem diferentes? É irracional ao meu ver. Não há problema com o estereótipo em si, mas a ruptura do convívio mútuo é muito desagradável, disso só resultam coisas ruins, coitados dos Judeus frente aos Nazistas.
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*Plano Palumbo: um dos documentos mais importantes da história de Natal, elaborado em 1929, ainda hoje se utilizam dos benefícios urbanísticos herdados dele (Plano Geral de Systematização de Natal), atualmente é uma das áreas mais caras para se viver na cidade.

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